Quem é Jesus para você?

Jesus perguntou a seus discípulos o que o povo dizia sobre ele. “E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas”. Depois de ouvir isso Jesus quis saber o que pensavam os próprios discípulos. “Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus afirmou que esse entendimento jamais poderia vir de uma conclusão humana, pelo contrário, foi uma revelação do Pai celeste (Mt 16.13-20). Quem é Jesus para você?

Acho interessante Jesus querer saber o que o povo pensava dele. Os apóstolos ouviam muitas opiniões a respeito de Jesus procedente das multidões. Diante da pergunta de Jesus eles responderam conforme tinham ouvido. As opiniões eram as mais variadas e erradas. Isso é considerável, porque mesmo andando e ouvindo Jesus, aquele povo não o conhecia de fato. Isso não é diferente em nossos dias, onde as pessoas falam de Jesus, confessam seu nome, mas não conhecem o Jesus dos Evangelhos. E aqui cabe uma pergunta: Quem é Jesus para você? É o Jesus que o povo diz, ou é o Jesus do Evangelho? Disso depende toda sua vida. Conhecer Jesus não é o mesmo que ter informação sobre a história de Jesus, nem tampouco acreditar na caricatura distorcida que a religião criou do Cristo, o Filho do Deus vivo.

A pergunta de Jesus aos discípulos sobre o que o povo pensava dele e também os próprios apóstolos, nos mostra que essa pergunta deve ser respondida pessoalmente por todos nós. A resposta dada diz muito mais que uma opinião, ela expressa a condição espiritual em que nos encontramos. É possível honrar Jesus com os lábios mas ter o coração longe dele; é possível dizer: Senhor, Senhor, e não fazer o que ele manda. Por isso, vamos considerar algumas questões fundamentais em nossa relação com Jesus e onde nos encontramos:

Impressão. O povo tinha diversas opiniões sobre Jesus. Para uns ele era João Batista, para outros ele era Elias, Jeremias, e havia até quem não sabia dizer nada sobre ele. Como João Batista ele era o precursor de um novo tempo, pregador da palavra de Deus, e reprovador do pecado. Para outros ele era Elias, operador de milagres e restaurador da vida espiritual da nação. Outros lhe comparavam com Jeremias pela candura do profeta diante do sofrimento do povo, ou porque Jeremias anunciava o juízo de Deus contra o pecado da nação. Outros achavam que Jesus era apenas mais um dos profetas que se levantava de tempos em tempos dentre o povo. O povo tinha impressões de Jesus, mas Jesus não era o que eles pensavam dele. Muitas pessoas hoje vivem de impressões e não da revelação que Deus fez acerca de seu Filho Jesus. Por isso, as igrejas estão cheias de crendices sobre Jesus.

Em nossos dias, muitas pessoas têm apenas impressões a respeito de Jesus; mas, ninguém conhece Jesus com base em achismo, porque Jesus não é quem achamos que ele é e sim quem ele é de fato. Isso parece simplista, mas muitas pessoas creem num Jesus imaginário, criado por elas mesmas ou adaptado pelo que ouviram ou leram acerca de Jesus. O assunto é sério. Alguém pode estar confiando em outro Jesus que não seja Jesus mesmo. As letras J-E-S-U-S não têm nenhum poder e não falam de Jesus se a impressão que alguém tenha dele não for condizente com sua pessoa revela nos Evangelhos.

Paulo mostrou para a igreja de Corinto o risco de se acreditar noutro Jesus que não seja o único e verdadeiro (2Co 11.4), ou mudar para outro evangelho que não é Evangelho. Não basta falar de Jesus, se o mesmo não for conforme o Evangelho. Muitas pessoas hoje dentro das igrejas vivem cheias de impressões sobre Jesus, um Jesus com várias faces. Dependendo do dia ele é o Jesus guerreiro, noutro dia ele é o Jesus da paz, e assim vão criando jesuses conforme suas imagens. Quando tudo vai bem Jesus é maravilhoso, quando tudo vai mal é porque ele se esqueceu da gente. Esse é o Jesus das impressões, ele não existe.

Revelação. Os discípulos souberam responder o que o povo pensava de Jesus, mas não sabiam dizer o que eles mesmos pensavam do Mestre. Apenas Pedro respondeu, dizendo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus disse que Pedro era um homem feliz naquele momento, porque sua resposta procedia de uma revelação do Pai que está nos céus. Isso é muito interessante, porque nos mostra que conhecer Jesus e ser seu discípulo é mais que ter impressões e informações sobre ele. Qualquer pessoa pode contar fatos históricos sobre Jesus e dizer crê nele, mas isso não significa que tal pessoa seja regenerada pelo Espírito Santo. Acreditar que Jesus é o Salvador dos pecadores ou concordar com “As Quatro Leis Espirituais”, por exemplo, não torna ninguém convertido, pois pode não passar de um simples assentimento intelectual conveniente, interesseiro, barganhento. É necessário nascer de novo.

Jesus disse: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27). “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37). E mais: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (Jo 6.44). Fica claro que ninguém pode ser um verdadeiro crente no sentido bíblico, senão por uma revelação de Deus, como disse Paulo: “aprouve a Deus revelar seu Filho em mim” (Gl 1.15-16). Sem revelação de Deus ninguém será capaz de conhecer Jesus como Deus. É impossível conhecer a Deus por nós mesmos.

Alguém pode perguntar: Mas, como posso me tornar um cristão se isso depende de uma revelação de Deus? A boa notícia é que essa revelação já foi feita. A revelação de Deus a Pedro é a revelação de Deus a cada um de nós. A Bíblia é explícita em mostrar o lado humano da conversão. Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47). “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37). Quem tem a revelação tem que tomar a de-cisão se quer ou não quer ser discípulo de Jesus.

Confissão. Qualquer impressão que alguém tenha de Jesus não leva a nada, até que ele abrace a revelação de Deus, que Jesus é o Cristo, o Messias, o prometido, o enviado, o Senhor, o Salvador do mundo. A revelação de Deus acerca de seu Filho deve ser a nossa confissão de fé. Até que tenhamos essa consciência em fé e nela nos firmarmos, não somos discípulos de Jesus, apenas religiosos ou admiradores dele. “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.9-13).

Quem é Jesus para você? O Jesus revelado no Evangelho não parece com o Jesus cultuado e proclamado em muitos lugares. Ele é tirano, carrasco, amedrontador, manipulador, materialista, bonachão, sectarista. Ele parece um ídolo, não é “o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Precisamos abandonar nossas impressões sobre Jesus, crer na revelação do Pai, e confessar com o coração que Jesus é o nosso Deus. Não tema romper com a religião para abraçar a revelação.

Antonio Francisco - Cuiabá, 27 de agosto de 2012 - Voltar para Como ser discípulo de Jesus.

Comentários

Unknown disse…
MUITO BOA , LINDA INSPIRAÇAO de DEUS para minha vida