Um espírito com o Senhor

“Não te associes com o iracundo, nem andes com o homem colérico, para que não aprendas as suas veredas e, assim, enlaces a tua alma. Não estejas entre os que se comprometem e ficam por fiadores de dívidas, pois, se não tens com que pagar, por que arriscas perder a cama de debaixo de ti?” (Pv 22.24-27). A Bíblia diz: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (1Co 15.33)

Mas, a mútua influência não se dá apenas no aspecto negativo, mesmo em contato com pessoas socialmente negativas; pois, neste caso, teríamos de sair do mundo, porque, não é raro contatar com pessoas indecentes, desonestas, avarentas, idólatras, viciadas. Jesus não evitava esse tipo de gente e não temos que fugir delas.

Porém, se alguém se diz irmão, discípulo de Jesus, e tem uma conduta inconveniente como mencionada anteriormente, essas pessoas, sim, devem ser evitadas de nossas relações. Porque os primeiros estão se assumindo e ainda não tiveram uma experiência de nova vida com Cristo; mas, estes, conquanto se digam do bem, na verdade são do mal conscientemente. Com esses, não devemos cultivar nenhuma comunhão.

Agora, se gente influencia gente profundamente nas relações de amizade, o que dizer da mútua influência na relação conjugal? A Bíblia diz que “serão os dois uma só carne”, pois, não apenas a carne de um penetra literalmente na carne do outro, mas também há uma troca de emoções, sentimentos, e contágios que penetram no mais profundo da alma de ambos. Depois de uma relação sexual nunca mais um casal será o mesmo em relação um ao outro. O conhecimento que um adquire do outro ultrapassa as dimensões do coito. Isso é tão significativo, que a expressão usada por Deus na união do casamento, se aplica igualmente na relação com uma prostituta, isto é, “serão os dois uma só carne”. Unir-se a uma prostituta é formar um só corpo com ela.

A convivência com as pessoas gera em nós influências marcantes, podendo chegar a amizade de alma. Quando vamos para a relação conjugal, a intimidade das partes se aprofunda de tal maneira que chega a ser um grande mistério. Nisso, a união conjugal ilustra nossa relação com o próprio Deus numa conjugalidade espiritual que transcende todas as dimensões da materialidade.

Ora, se a relação entre os humanos é tão influenciadora, o que dizer da intimidade com Deus? Se uma pessoa descrente pode ser santificada no convívio com uma pessoa crente, o que não dizer da santificação que o próprio Deus pode operar em nós? Assim como um homem e uma mulher se unem e se tornam uma só carne, um homem que se une com Deus se torna um espírito com ele.

Isso não quer dizer que nos dissolvemos em Deus, ou que nos tornemos deuses quando nos unimos com ele. Quando um homem se une com uma mulher pelo casamento, eles não perdem a individualidade, ou a personalidade. Do mesmo modo é quando nos tornamos um espírito com Deus; ele continua Deus e nós continuamos humanos.

A essência da união com Deus está em ser uma nova criatura quando nos reconciliamos com o Altíssimo, mediante a fé em Jesus Cristo. A partir daí não consideramos mais Jesus segundo a carne; passamos a vê-lo como o Deus da nossa vida. Trata-se de uma relação espiritual tão intrínseca adornada com as preciosas e mui grandes promessas de Deus, que nos tornamos co-participantes da natureza divina. Essa relação nos livra da corrupção das paixões que há no mundo. Esse é o segredo para vencer os desejos pecaminosos, cultivar intimidade com Deus obedecendo a sua vontade.

Essa relação espiritual com Deus vem com o novo nascimento. É uma relação permanente que nos livra da prática do pecado, pois em nós Deus coloca a divina semente que nos possibilita viver em novidade de vida. Isso está anos luz para além das formalidades e estereótipos religiosos ensinados nas igrejas. A religião ensina o povo a chupar o dedo e diz que isso é o banquete de Deus para o homem.

Os olhos do Senhor passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele. Deus tem coisas grandes e ocultas para aqueles que buscam sua intimidade, pois, olhos não viram, ouvidos ainda não ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. E tudo nos é revelado pelo seu Espírito no Evangelho de Jesus.

Antonio Francisco - Cuiabá, 30 de agosto de 2011 - Voltar para Um novo caminho.

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