Conversão e sossego

Nos dias do profeta Isaías Israel estava vivendo como filhos rebeldes, executando planos que não procediam de Deus, acrescentando-lhes com isso pecado sobre pecado. O povo deixou de confiar em Deus, desceu ao Egito e foi buscar refúgio em Faraó, fazendo aliança com aquela nação sem a aprovação do Senhor. Mas o refúgio de Faraó se tornou uma vergonha, e o abrigo na sombra do Egito, confusão.

Os príncipes de Judá foram às cidades egípcias para fecharem acordos políticos, mas se envergonharam, pois não houve proveito para judá. A gabarola nação egípcia nada fez para proteger Israel. Deus pediu que o profeta escrevesse num livro a rebeldia de seu povo que não quis ouvir a lei do Senhor. Eles não quiseram ouvir os profetas do Senhor, preferiram ouvir ilusões e apenas o que lhes agradava. Esse registro seria uma alerta para futuras gerações. O procedimento desobediente do povo se mantinha. Isso foi piorando como a brecha num muro alto que vai se inclinando até cair; e foi isso o que aconteceu aos israelitas.

Deus quebrou aquela nação como se quebra um vaso de barro, despedaçando-a sem nada lhe poupar. Nenhum caco daquele vaso servia para tirar brasas de uma lareira ou água de uma cisterna. Tudo aquilo poderia ter sido evitado se o povo não tivesse se rebelado contra o Deus de suas vidas, provocando-o com maldades sobre maldades.

O Senhor Deus, o Santo de Israel havia dito: “Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes” (Is 30.15). O povo mantinha o desprezo pela palavra de Deus para confiar no poderio bélico de Faraó diante do inimigo em guerra.

Mas Deus endureceu com Israel dizendo que realmente eles iriam cavalgar nos cavalos do Egito, mas para fugir de seus ligeiros perseguidores. Mil homens fugiram pela ameaça de um; pela ameaça de cinco, todos fugiram. Cada um deles foi deixado como um mastro solitário no monte e como uma bandeira numa colina.

Deus não é tirano. Ele amava aquele povo, assim como nos ama. Os nossos pecados é que fazem separação entre nós e Deus. Mas ele provou seu amor pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Deus pára para mostrar sua compaixão, pois ele é justo; feliz quem nele espera.

Certa ocasião quando Jesus saía da cidade de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, estava assentado à beira do caminho. Quando ouviu que Jesus, o Nazareno, passava por ali, pôs-se a clamar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele cada vez gritava mais: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”. Jesus parou e disse: “Chamai-o”. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: “Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama”. O cego Bartimeu levantou-se de um salto e foi até onde estava Jesus, pedindo-lhe para voltar a ver. Jesus reconheceu sua fé e o curou imediatamente. Ele seguiu com Jesus pela estrada.

A atenção que Jesus deu para o cego Bartimeu, ele dá para nós. Ele tem um convite em aberto permanente que diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).

Essa é a mensagem do Evangelho. Que cada um de nós responda espontaneamente ao convite de Jesus e encontre descanso para a alma. Nisso está a salvação eterna de nossas vidas. O Evangelho nos dá tranquilidade, confiança e força, porque o Senhor é a nossa força. O povo de Israel não quis o sossego e a segurança que Deus ofereceu. O Senhor continua oferecendo descanso para nossa alma ansiosa mediante a fé em Jesus.

Antonio Francisco - Cuiabá, 26 de agosto de 2011 - Voltar para Um novo caminho.

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